21 de março – Dia Internacional da Síndrome de Down

 

Criado para dar visibilidade, divulgar informações e reduzir o preconceito contra os portadores, o Dia Internacional da Síndrome de Down não foi escolhido por acaso: 21/03 é uma referência à trissomia 21, ou seja, à presença do cromossoma 21 extra, que está por trás da condição genética.

Só no Brasil, há cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down. Para falar do assunto e tirar algumas dúvidas dos nossos alunos e leitores do blog, convidamos para um bate-papo a Dra. Sandra Romaro, pediatra com 15 anos de experiência em medicina esportiva e responsável pela área médica da Max Forma. Confira.

Max Forma – Olá, Dra. Sandra. Que bom poder contar com o seu conhecimento! Vamos começar falando das características da síndrome?

Dra. Sandra Romaro: Olá, pessoal, é sempre um prazer poder compartilhar com vocês, ainda mais quando as informações podem ajudar a derrubar o preconceito. Vamos lá… A Síndrome de Down é uma condição genética geralmente associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, mas, ao contrário do que se pensa, seus portadores não são doentes. Eles podem levar uma vida normal!

  1. F. – Em pleno século XXI, ainda há quem discrimine essas pessoas?

Dra. S.R. – Infelizmente, sim. O preconceito é a maior dificuldade de quem tem a síndrome. A boa notícia é que o cenário está mudando. Nas últimas décadas, vários movimentos têm sido realizados, especialmente por meio de redes sociais, na tentativa de difundir informações e acabar com a intolerância e a rejeição, seja na educação, no trabalho ou na saúde.

  1. F. – É mesmo uma ótima notícia! Na sua opinião, quais foram as vitórias mais importantes dessas campanhas?

Dra. S.R. – Sem dúvidas, a extinção do colégio especial teve um grande peso. Desde que as crianças passaram a frequentar escolas comuns, houve uma significativa melhora na autonomia, socialização e comunicação. Também vale citar o incentivo à prática de esportes, que é outro item de extrema importância para portadores da síndrome.

  1. F. – Fale um pouco mais sobre isso…

Dra. S.R. – Além de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, a atividade física é uma ferramenta para combater o sedentarismo e a obesidade. Para crianças com Síndrome de Down, a prática esportiva, além das vantagens físicas, traz benefícios psicológicos e sociais.

  1. F. – Você poderia citar algumas das vantagens psicossociais que os exercícios oferecem?

Dra. S.R. – Claro! O trabalho em equipe promove as relações sociais, que levam a melhorias no autocontrole emocional, na autoestima e na autonomia. As crianças aprendem a respeitar regras e também se sentem menos estressadas.

  1. F. – Excelente! E quais seriam os benefícios físicos?

Dra. S.R. – Os exercícios favorecem a saúde de maneira geral. Além de combater a obesidade, melhoram a resistência cardiorrespiratória, diminuem os riscos de cardiopatias e a pressão arterial. Também reduzem o colesterol ruim e os triglicerídeos; melhoram a coordenação, o tônus muscular, a postura corporal, o equilíbrio e a flexibilidade. Até o processamento cerebral é beneficiado.

  1. F. – São muitas vantagens mesmo! Mas que tipo de cuidados especiais pais e responsáveis precisam ter ao iniciar as crianças na prática de atividades físicas?

Dra. S.R. – O primeiro passo é sempre fazer uma avaliação médica. Isso vale para todo mundo, mas, no caso de crianças com Down, a avaliação médica é fundamental para afastar cardiopatias e detectar problemas ortopédicos e outras possíveis alterações físicas comuns à condição. O profissional de Educação Física também deve estar atento às alterações ortopédicas e deve sempre motivar o aluno dentro de suas possibilidades.

  1. F. – Qual é o posicionamento da Academia Max Forma em relação à Síndrome de Down?

Dra. S.R. – Inclusão é o nosso conceito-chave. Recebemos crianças, adolescentes e adultos de braços abertos. Nosso objetivo – e a nossa felicidade – é garantir que todos sejam bem aceitos e se sintam felizes no ambiente esportivo. Como disse no início, Síndrome de Down não é doença. Seus portadores podem e devem levar uma vida normal.

M.F. – Dra. Sandra, obrigada pelos esclarecimentos.

Dra. S.R. – Sou eu que agradeço pela oportunidade de poder, junto à Max Forma, dar ainda mais força a este dia de luta contra o preconceito.

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